Postado em 25 de janeiro, 2016
Autor(a): Marco Felippe
Foto(s): William Borges/Comércio da Franca
Depois de nove meses de ser anunciada, começou no último dia 11 em Ibiraci (MG) a obra de uma subestação de energia elétrica que estará interligada com a usina de Belo Monte, em Xingu, no estado do Pará. Considerada a maior subestação de energia elétrica da América Latina, a construção ajudará a ampliar e reforçar o sistema elétrico nacional e poderá empregar em seu auge mais de 300 funcionários. Cem deles serão contratados de imediato para início dos trabalhos a partir de março.
Parte final do linhão de Belo Monte (linha de transmissão de energia elétrica com 2,1 mil quilômetros), a subestação Estreito – como está sendo chamada – fará a transformação da energia contínua (800 kilovolts) em alternada (500 kv) e a distribuição para o sistema nacional com foco principalmente nos grandes centros do Sudeste. Todo o projeto está orçado em R$ 2 bilhões, sendo R$ 200 milhões somente na construção civil. “Estamos muito felizes com essa construção no município. É uma obra de grande importância no setor energético, que vai gerar impostos e vagas de trabalho. A economia local será beneficiada”, disse o prefeito de Ibiraci, José Fernando Hermógenes de Freitas (PSDB).
A subestação será erguida a cinco quilômetros do bairro rural da Lage no sentido de Estreito, distrito de Pedregulho, em uma área de 250 mil metros quadrados e levará dois anos para ser concluída. Nessa primeira fase, estão sendo feitos trabalhos de terraplanagem. No local, inclusive, já existe uma subestação de energia em funcionamento que será acoplada à futura construção. “O pessoal encarregado da parte de construção civil está na Lage para começar a montar o canteiro de obras e o acampamento. Dentro de alguns dias também começarão a fazer as contratações”, afirmou o chefe do Executivo.
Contratações
Segundo o diretor da empresa Sendi Engenharia e Construções (responsável pela parte de construção civil da subestação), Sérgio Hortêncio, as admissões estão previstas para acontecer em um prazo de 15 a 20 dias e a preferência será por trabalhadores de Ibiraci e região. “A mão de obra direta será da cidade. Vamos levar de fora somente as lideranças e o pessoal com conhecimento mais específico”.
Entre as contratações que serão feitas na região estão pedreiros, armadores, carpinteiros, eletricistas, auxiliares e serventes. O piso salarial seguirá o do Estado de São Paulo com ganhos que variam de R$ 1,2 mil a R$ 4 mil. Interessados podem levar o currículo até a Prefeitura de Ibiraci que fará o encaminhamento dos candidatos por meio do Cras (Centro de Referência de Assistência Social). “A obra não começa a todo vapor, então iremos contratar conforme a necessidade. Somente da Sendi serão 300 funcionários, mas toda a obra envolve outras empresas que também farão contratações”.
O ‘linhão’
A obra da linha de transmissão Xingu/Estreito é feita pelo consórcio IE Belo Monte, formado pela chinesa State Grid e as empresas brasileiras Furnas e Eletronorte. Com 2,1 mil quilômetros, ela passará pelo Pará, onde está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, Tocantins, Goiás e Minas Gerais. Em todo o projeto haverá 28 transformadores, 25 mil quilômetros de fios e 4,5 mil torres que sustentarão os cabos. De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), toda a construção deve gerar 12,5 mil empregos diretos.